A família é pequena, mas a vontade de crescer na agricultura é grande. Airton Schwantes, 52 anos, e Marelice Seefeld Schwantes, 49 anos, têm na produção de hortifrutigranjeiros estímulo para prosseguirem com mais vigor ainda do que na época em que o casal começou a construir a própria família. A união ocorreu há 21 anos. Um casamento bonito de ver. É também esse o tempo que residem na Linha Sebastopol, distrito caxiense de Vila Cristina.
Na prática, vivem na localidade os pais e a filha, Juliana, 12, pois o filho e Leonardo, 20, está na área urbana de Caxias do Sul, onde trabalha na indústria metalúrgica.
As terras que lhes ajudam no sustento totalizam um hectare. São herança da família Seseld, pais de Marilice. É delas que brotam couve-folha, batata-doce e bergamota Ponkan. Em outros três hectares de propriedade da família de Airton, na localidade de Barros Pimentel, o casal planta couve-flor, aipim, repolho, vagem e tomate.
Couve-flor é a especialidade da família. Faz uma década que cultivam essa verdura, que alcança cerca de 6 mil pés por ano. Depois, vem a vagem, com mil quilos por ano, e a couve-folha.
Já no pomar de citros tem 200 plantas. Essa produção é entregue, de forma distribuída, na CAAF. Também é vendida em Caxias do Sul no Ponto de Safra, direto ao consumidor; na Ceasa; e no Banco de Alimentos.
Influência de casa
Desde sempre, "desde que nasceu", Airton diz estar na lida com a agricultura. Antes de casar, ele morava com os pais, em Barros Pimentel, numa área de 40 hectares. Eram os pais e sete filhos, sendo todos criados para o trabalho agrícola.
Airton recorda que, até seus 15 anos, o sustento da família veio das safras de soja e da criação de gado leiteiro e de suínos. Depois, a família mudou as culturas e migrou para a produção de verduras. Começaram com tomate em maior quantidade. Em seguida, incluíram repolho, alface e outros, que eram destinados à Ceasa de Porto Alegre e à venda em Caxias do Sul.
O cooperativismo
Após casarem, Airton e Marilice continuaram vivendo da agricultura. Passaram também a se envolver com o cooperativismo. Da CAAF, por exemplo, fazem parte desde a fundação, quando era Associação e, após, estiveram na criação da Cooperativa, onde permanecem ligados até hoje.
"Estar no sistema cooperativo foi a maneira de comercializar a produção para a alimentação escolar", explica Airton, que não esconde a emoção pelo contato com a criançada, quando faz as entregas aos colégios.
A filha do casal, Juliane, estudava na Escola Vinte e Um de Abril, em Linha Sebastopol. Sempre que a instituição recebia as frutas entregues pela CAAF, ela contava em casa.
"Esse reconhecimento é muito bom", avalia o casal.
"É uma satisfação entregar nossos alimentos nas escolas e creches e ver as crianças felizes. Quando estávamos com as entregas (antes da pandemia do coronavírus), as crianças diziam ‘Chegou o tio das frutas‘", recorda o agricultor, com carinho.
Na opinião de Airton, a cooperativa ajuda os produtores rurais, principalmente na parte técnica e de comercialização dos produtos. Além da CAAF, ele é associado da Cooperativa Piá.
É esse suporte que ampara o casal a continuar firme no cultivo da terra. Mesmo com mão de obra somente dele e da esposa, Airton se enxerga produzindo alimentos por muitos anos. É também a confiança na Agricultura Familiar que conduz os Schwantes a seguir com sonhos de crescimento a partir do campo.
Maio de 2021.